...ser técnico de saúde...

...nas andanças relativas à recolha de dados para o meu projecto de investigação, para conclusão da licenciatura, aconteceu-me algo de caricato, não pelo conteudo em si, mas por não ser practica comum na sociedade portuguesa, que, quer se queira quer não, é ainda muito conservadora...
...na primeira vez que contacto com uma utente de um hospital onde recolhi dados, a senhora sentiu-se à vontade para partilhar comigo os problemas de caracter sexual que afectam o seu casamento...
...confesso que me surpreendeu, mas penso que a naturalidade com que acolhi as primeiras abordagens da utente (como que a testar que terreno estava a pisar), fez com que esta se sentisse à vontade para retirar comigo as suas duvidas e pedir algumas orientações...
...sendo a componente sexual tão importante no nosso dia-a-dia, por muito que a maior parte de nós não tenha a coragem de o assumir claramente, a verdade é que é algo pouco explorado...na maior parte das vezes, as pessoas não se sentem confortaveis para falar sobre o assunto e assim desmistificar os seus receios e resolverem os seus problemas...
...na minha opinião tal acontece pelos assuntos relativos à sexualidade serem ainda tabus, mas, muitas vezes, porque os proprios profissionais de saude evitam abordar estes temas, por também eles não se sentirem muito à vontade, mesmo tendo a noção da importancia que a componente sexual assume no que se refere à qualidade de vida de todos os individuos...
...pessoalmente confesso que me senti muito bem ao esclarecer a utente...mesmo sendo eu uma miuda a informar uma senhora na casa dos 50...vejo isto como algo inerente à minha profissão e foi muito reconfortante sentir o alivio sentido pela senhora...afinal, o seu problema tem solução...
...sinto que aos poucos e poucos me vou tornando uma melhor terapeuta...espero nunca perder esta capacidade de evoluir, de estar disponivel para qualquer tipo de esclarecimento, ter mente aberta...